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Irmão à venda!! E em promoção! |
Ontem à noite fiquei meia hora ao telefone com minha irmã – um recorde,
porque pra ser sincero, detesto ficar tanto tempo ao telefone com qualquer
pessoa que seja – e antes de dormir, me veio à mente alguns momentos engraçados
que passamos juntos.
O saco de risadas
O primeiro, quando ainda éramos crianças. Acho que eu tinha uns oito,
nove anos. Nós estudávamos no bairro vizinho e precisávamos pegar ônibus, pois
não sei por que cargas d’água, meus pais não queriam que fôssemos mais de perua.
Enfim, seis e alguma coisa da manhã, lá estávamos os dois na fila do ônibus.
Tanta gente, que se formavam duas, às vezes três filas para aqueles que
desejavam uma viagem mais confortável. Todo mundo com cara de sono, os
conhecidos conversavam baixo enquanto a maioria aguardava sua vez. O burburinho
só era quebrado pelo rádio do fiscal, ouvindo “Zé Béttio” (pesquise). E foi aí que a coisa aconteceu.
Minha irmã tinha um “saco de risadas”, que quando alguém apertava, soltava
uma gargalhada bem alta e contagiante de mais ou menos um minuto. Dá pra
imaginar o que aconteceu, né? Quando ela foi passar por baixo da catraca, ela
levantou antes de hora e o “saco de risadas”, que estava no bolso da frente de
sua mochila vermelha, disparou. O ônibus lotado e até então quase silencioso,
cedeu e muitos começaram a rir. A vergonha dela foi tão grande, que ela se
escondeu embaixo de meus braços. Eu fiz cara de paisagem e fingi que não era
comigo...
Rabanadas voadoras
Poucos anos depois, resolvemos cozinhar. Aliás, ela resolveu cozinhar. Meus
pais não estavam em casa. Olhamos para cima do armário e vimos uma caixa
convidativa com um grill elétrico com
espetos verticais que minha mãe havia acabado de comprar. Foi aí que fizemos um
“churrasco”, na realidade uma tentativa de fazer algo igual ao da foto na caixa,
– aqueles espetinhos com cebola, pimentão, salsicha e sei lá o que mais – mas
não ficou gostoso... Até aí, tudo bem. Depois, ela resolveu fazer rabanada e
após nos empanturrarmos – e é aqui que vem o “problema” – tivemos a estúpida
ideia de jogar fora o restante para que minha mãe não visse – não sei por quê.
Duvido que minha mãe bateria na gente por causa disso. Enfim... – e jogamos
tudo no telhado do vizinho! Sem comentários...
O grito da Nação Zumbi
Outra coisa que me lembrei, foi de uma vez que tomamos um grande susto. Pra
falar a verdade eu não sei exatamente de quem foi a culpa. Eu já estava quase
saindo de minha adolescência e tanto eu quanto meus irmãos, tínhamos a mania de
tomar banho ouvindo som alto. Deixávamos o som no volume alto na sala e íamos
tomar banho. Até aí, nada de muito anormal...
Minha irmã tinha um CD de capa laranja, da banda “Chico Science & Nação Zumbi”, chamado “Afrociberdelia”, que ela estava ouvindo naqueles dias com certa frequência.
Estávamos todos dormindo, já passava da meia noite e não sei quem conseguiu a
proeza de programar o aparelho de som como despertador – e em hora errada! Enfim,
você já pode imaginar o que aconteceu... O som ligou na maior altura e pior, o
CD começa com um grito assim: “Eu vim com
a Nação Zumbi, ao seu ouvido falar...” e depois começa a barulheira. Nem preciso
dizer que meus pais, aliás, todos nós pulamos da cama com o susto...
E ainda tem muito mais. Mas fica pra depois... •