sexta-feira, 30 de junho de 2017

VETTEL, HAMILTON E A PREVISÃO DO PATETA

Escrevi uma crônica para o Jornal de Uberaba onde eu falava sobre o trânsito e especificamente sobre o motivo de tê-lo feito. Em suma, tudo começou pelo episódio que tratarei aqui.
Estava eu assistindo no último domingo (25) a uma corrida de Formula 1, o GP do Azerbaijão, e após muitas ocorrências envolvendo a entrada do carro de segurança (que interrompe temporariamente a corrida, fazendo com que os pilotos não possam ultrapassar uns aos outros e tenham que andar enfileirados em “baixa” velocidade), eis que de repente, o alemão Sebastian Vettel bate na traseira do inglês Lewis Hamilton.
No caso deles existe também a competitividade,
mas por que as pessoas se transformam ao entrar em um veículo?

Nervoso, já que o alemão culpou o inglês por ter freado bruscamente de modo desnecessário, acelerou, e gesticulando muito como se estivesse esbravejando, jogou seu carro em cima do outro, provocando uma colisão lateral. Alguns dizem que Hamilton fez isso para provocar Vettel, outros, atacam o alemão, dizendo que é inadmissível o que ele fez, independentemente se foi provocado ou não. “Se eu fizesse isso no trânsito, perderia minha licença”, disse o ex-presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley.
O fato é que os dois pilotos são exemplos para muita gente mundo afora. Não é essa a atitude que esperamos de um tetracampeão mundial na categoria automobilística mais respeitada do mundo.
A punição para Vettel no momento da corrida foi de um Stop & Go (onde o piloto deve entrar para os boxes, mas a equipe não pode encostar no carro, ou seja, ele ficará lá paradinho) de dez segundos. Pouco, em minha opinião. Após a corrida, a organização irá se reunir para saber se haverá ou não sanções para o piloto.
Passando para nossa esfera do cotidiano, não sei se você se chegou a assistir ou não, mas existe um desenho animado com o personagem Pateta (Motor Mania, Walt Disney Productions, 1950), que hoje (30) completa 67 anos de idade, entretanto, parece que foi feito para os dias atuais, pois relata bem como as pessoas se transformam quando estão atrás de um volante. O comportamento dos motoristas e pedestres está cada vez mais questionável, fazendo do trânsito cada dia mais violento e inseguro.
E digo mais: O trânsito não é feito apenas de motoristas, mas de pedestres, ciclistas, etc., que vale ressaltar, também gostam de infringir as leis de trânsito. Responda rápido: Quantos atropelamentos são feitos por travessias feitas fora da faixa de pedestres? Quantos ciclistas percorrem pelas ruas de modo irresponsável? É claro que a maior causa dos acidentes envolvem condutores de veículos, especialmente se estes estão embriagados ou entorpecidos... Enfim, reflitamos.
Claro que existe também a responsabilidade por parte das prefeituras em manter as vias e sinalizações em perfeitas condições para que o trânsito flua bem e de maneira segura, assim como o governo (ou as concessionárias) devem manter as rodovias em perfeito estado, mas isso é assunto para outra hora.
Sejamos gentis no trânsito. Seja você ciclista, pedestre ou motorista, aja com os outros como você gostaria que agissem com você. Quem faz o trânsito, somos nós. •

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O ESTAMPADO DA TESTA

Dias atrás, recebi um vídeo onde um rapaz, com olhar tristonho de quem estava sendo, de alguma forma, coagido, respondia perguntas enquanto estava prestes a receber uma tatuagem na testa de presente com os dizeres: “Eu sou ladrão e vacilão”. A explicação: um rapaz foi pego em flagrante tentando roubar uma bicicleta e dois homens, dentre eles um tatuador, resolveram fazer justiça com as próprias agulhas e tesouras.
É bem provável que você tenha visto o vídeo ou ao menos alguma reportagem sobre ele, já que viralizou e tomou conta da mídia. Como você se sentiu? Sensibilizado, já que não era para tanto? Vingado, porque todo bandido deve ser severamente punido? Cada um tem a sua resposta, o que certamente rendeu e renderá muito assunto em boteco, cabeleireiro e, claro, no Youtube.
Será que alguém roubou o bolo de alguém?

E o rapaz, que teve não apenas sua testa tatuada, mas seu cabelo raspado para que todos pudessem ver a frase estampada, seria ele uma vítima da sociedade ou seria a sociedade vítima de pessoas como os personagens do vídeo? Estariam os punidores corretos ou eles deveriam também receber punição? Perguntas simples com respostas complicadas.
O caso foi parar na polícia e os, até então, justiceiros se transformaram em vilões. O tatuador e seu comparsa, que tiveram seus cinco minutos de fama, vão responder por crime hediondo de tortura, o rapaz, que negou o furto e, segundo informações, é dependente de drogas, pode se revoltar ainda mais devido a humilhação pública, e o deficiente dono da bicicleta, que não aparece no vídeo, mas é citado, caiu de paraquedas no meio dessa balbúrdia.
Isso tudo sem contar a “vaquinha” que já arrecadou mais de vinte mil reais para que a tal tatuagem seja removida. Seria ela uma prova de que o crime compensa ou de que o ser humano é capaz de ser solidário até mesmo numa hora dessas?
Enquanto isso, a sociedade brasileira tem em sua testa tatuada a palavra “Otário”, porque é certo que quem mais gosta de episódios assim são os políticos, pois celebram a mudança de foco. Para eles, quem venham mais vídeos como este. •