segunda-feira, 29 de agosto de 2016

HAIDÊ E O SAPO ADVOGADO

Lá na beira da lagoa, Haidê passava o tempo.
Estava sozinha, de boa.
– Desculpe se te interrompo...
(Disse um sapo com voz mansa)
Posso fazer uma proposta? Tenho certeza que é justa, vai valer uma recompensa.

Espantada ela indaga:
– Um sapo falou comigo?!

– Mas é claro que eu falei! E tenho mais argumentos...

– Só que isso não é possível! Será que eu estou louca?!

– Pois confie que é bem crível. Você não está maluca.

– Desde quando ouvir bicho é normal? Eu que não acho!
Mesmo assim ficou atenta, matutando paciente.

– Calma linda, deixa disso! Não sou sapo, que besteira...
Isso foi uma macumbeira que me jogou um feitiço
Não lidou com a rejeição. E sobre o que eu falei
Uma oferta eu faço então, e lhe digo o que farei:
Volto a ser advogado. Homem lindo e abastado
E em troca só de um beijo, que com você eu me caso.

– Isso é maravilhoso! (No sorriso o regozijo)
Eu preciso de uma caixa...
E se não caiu a ficha, eu te digo “abestado”,
Ganharei bem mais dinheiro tendo um sapo falante
Do que com um advogado...  •

––  Vou recorrer...

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