Quem nunca ouviu falar na expressão “rabo preso”? Imagine um ratinho que
consegue escapar da morte trágica de uma ratoeira be
m armada. O pulo defensivo
o salvou da condenação final, mas, por ter a cauda longa, esta acabou
prendendo-o, deixando à mercê de qualquer um. Claro que não é essa a origem do
termo, que geralmente está ligado à nossa política, mas bem que podia,
principalmente porque a analogia serve muito bem para aquele que ocupa o mais
alto cargo no Brasil! Não é segredo para ninguém que nosso estimado presidente
comprou – com dinheiro público – sua permanência no cargo. E agora a conta está
chegando. Conta que nós pagamos, enfatizo. Em 2017, a lista de emendas
parlamentares pagas pelo governo inclui desde campeonato de motocross no
interior de Minas Gerais até show do Wesley Safadão. O jornal “Estadão” diz
que: “do total de R$ 2,27 bilhões liberados, ao menos R$ 5,73 milhões foram
para quitar cachês de artistas”.
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Encontrei na internet a imagem perfeita... |
Mas não é só uma questão de liberação de verba. Existem também as
nomeações, e pouco importa o que o povo pense a respeito. Um dos exemplos é a
designação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, que está marcada
para às 15:00 de hoje (terça-feira) no Palácio do Planalto. Como pode alguém
ser responsável pela pasta que gere políticas e diretrizes para a geração de
emprego e renda, e que por premissa dá apoio aos trabalhadores, se ela própria
não cumpre e já foi até condenada? Segundo reportagem do Jornal Nacional,
Cristiane já respondeu a duas ações trabalhistas, e, numa delas, foi condenada
a pagar R$ 60 mil porque contratou um motorista particular sem registrá-lo em
carteira. Duas ações já foram protocoladas no Rio de Janeiro – terra da
deputada – com ações populares para tentar barrar a posse da nova ministra.
Mas não vamos pegar apenas no pé do presidente. Aqui em Minas a coisa
parece não ser muito diferente, já que o diretor do Departamento Estadual de
Trânsito de Minas Gerais (DETRAN – MG), César Augusto Monteiro Alves Junior,
acumula 120 pontos em infrações em sua Carteira Nacional de Habilitação. Como
se isso já não fosse o bastante, não foi a primeira vez que o diretor indicado
pelo governador Pimentel alcançou pontuação alta em seu prontuário, ele já teve
a carteira de motorista suspensa por 60 dias, em 2012, ao acumular 50 pontos! É
claro que com a notoriedade, o delegado determinou a abertura de um
procedimento administrativo contra si mesmo para apuração. Agora ele vai
suspender a própria carteira, fará seu próprio curso e em seguida a devolverá a
si mesmo. Tudo isso sem nenhuma dificuldade.
Só mesmo em terras brasilis...
Seria cômico se não fosse trágico. •
Essa crônica também foi publicada
no Jornal de Uberaba e no quadro “AíTem”, na Rádio Sete Colinas (101,7 FM)
de Uberaba – MG.