terça-feira, 9 de janeiro de 2018

RABO PRESO


Quem nunca ouviu falar na expressão “rabo preso”? Imagine um ratinho que consegue escapar da morte trágica de uma ratoeira be
Encontrei na internet a imagem perfeita...
m armada. O pulo defensivo o salvou da condenação final, mas, por ter a cauda longa, esta acabou prendendo-o, deixando à mercê de qualquer um. Claro que não é essa a origem do termo, que geralmente está ligado à nossa política, mas bem que podia, principalmente porque a analogia serve muito bem para aquele que ocupa o mais alto cargo no Brasil! Não é segredo para ninguém que nosso estimado presidente comprou – com dinheiro público – sua permanência no cargo. E agora a conta está chegando. Conta que nós pagamos, enfatizo. Em 2017, a lista de emendas parlamentares pagas pelo governo inclui desde campeonato de motocross no interior de Minas Gerais até show do Wesley Safadão. O jornal “Estadão” diz que: “do total de R$ 2,27 bilhões liberados, ao menos R$ 5,73 milhões foram para quitar cachês de artistas”.

Mas não é só uma questão de liberação de verba. Existem também as nomeações, e pouco importa o que o povo pense a respeito. Um dos exemplos é a designação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, que está marcada para às 15:00 de hoje (terça-feira) no Palácio do Planalto. Como pode alguém ser responsável pela pasta que gere políticas e diretrizes para a geração de emprego e renda, e que por premissa dá apoio aos trabalhadores, se ela própria não cumpre e já foi até condenada? Segundo reportagem do Jornal Nacional, Cristiane já respondeu a duas ações trabalhistas, e, numa delas, foi condenada a pagar R$ 60 mil porque contratou um motorista particular sem registrá-lo em carteira. Duas ações já foram protocoladas no Rio de Janeiro – terra da deputada – com ações populares para tentar barrar a posse da nova ministra.

Mas não vamos pegar apenas no pé do presidente. Aqui em Minas a coisa parece não ser muito diferente, já que o diretor do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN – MG), César Augusto Monteiro Alves Junior, acumula 120 pontos em infrações em sua Carteira Nacional de Habilitação. Como se isso já não fosse o bastante, não foi a primeira vez que o diretor indicado pelo governador Pimentel alcançou pontuação alta em seu prontuário, ele já teve a carteira de motorista suspensa por 60 dias, em 2012, ao acumular 50 pontos! É claro que com a notoriedade, o delegado determinou a abertura de um procedimento administrativo contra si mesmo para apuração. Agora ele vai suspender a própria carteira, fará seu próprio curso e em seguida a devolverá a si mesmo. Tudo isso sem nenhuma dificuldade.

Só mesmo em terras brasilis... Seria cômico se não fosse trágico. •



Essa crônica também foi publicada no Jornal de Uberaba e no quadro “AíTem”, na Rádio Sete Colinas (101,7 FM) de Uberaba – MG.

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