A velocidade em que as coisas estão acontecendo
é cada vez maior. Tudo acontece numa celeridade tamanha que qualquer coisa pode
mudar por completo o cenário, e tentar levantar um argumento como o que trago
agora é difícil, especialmente por conta da sensibilidade das pessoas
ocasionadas por tudo o que está acontecendo. Aliás, principalmente pelo medo e
ansiedade provocados pelas incertezas advindas até mesmo por quem precisa dar
segurança.
Eu, como alguns que partilham de minha opinião, acabamos por ficar
com receio de ser tachados de frios, ou que não pensamos nas pessoas, porém, e
digo no meu caso, que sou do grupo de risco, bem como tenho pais em situação
mais delicada que a minha, afirmo que estamos vivendo um problema social,
econômico e também de saúde, que não será sanado facilmente, especialmente com
viés socialista pelo qual estamos enveredando. O que muitos esquecem é que
dinheiro é fruto de processo produtivo.
Iniciamos o ano com projeções apontando
para cima com indicadores que mostravam crescimento, e, de repente, fomos
acometidos por uma pandemia e um desacordo entre os países produtores de
petróleo que provocaram uma queda vertiginosa e um freio brusco na economia. Há
quem diga estávamos numa bolha, pouco importa agora, pois o estrago que a soma
desses fatores fez na economia mundial é colossal e ainda não se pode medir o
tamanho das consequências, até porque as decisões estão sendo tomadas praticamente
no modo automático.
Numa situação de pânico, as pessoas tendem a
pedir para que o Estado as salvem, e é isso o que muitos realmente esperam
através de um assistencialismo emergencial, mas sem fazer nada, ou seja,
simplesmente cruzam os braços e nada produzem, ou então esperam por um “efeito
Robin Hood”, pleiteando que se tire dos ricos para dar aos pobres. O Estado por
sua vez, quer seja por incapacidade, aliciamento ou desconsideração, tende a
entrar num ciclo de intervencionismos do qual não pode – ou não quer – voltar
atrás, fazendo disso uma espiral negativa onde uma interferência que não surte
o efeito desejado dá lugar a outra e assim sucessivamente. Só que o Governo não
tem recursos infinitos e não produz nada, a única coisa que ele pode fazer é
distribuir, e no atual cenário a arrecadação vai certamente cair. Lembrem-se de
que somos uma economia emergente e quanto mais o Estado gastar, maior fica o
tamanho do buraco. Será que já se esqueceram do debate sobre a reforma na
previdência? A conta chega.
Seja a era do “comunavirus” ou “coronazismo”,
fato é que estamos num nível de polarização em que fazer um debate razoável com
bom senso, onde se prevaleça a razão sobre a emoção, é difícil. Mas o diálogo é
fundamental e certamente o caminho mais saudável. •
Esse artigo também foi publicado no Jornal de Uberaba em Abril de 2020.
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