sexta-feira, 3 de abril de 2020

ECONOMIA É SAÚDE


A velocidade em que as coisas estão acontecendo é cada vez maior. Tudo acontece numa celeridade tamanha que qualquer coisa pode mudar por completo o cenário, e tentar levantar um argumento como o que trago agora é difícil, especialmente por conta da sensibilidade das pessoas ocasionadas por tudo o que está acontecendo. Aliás, principalmente pelo medo e ansiedade provocados pelas incertezas advindas até mesmo por quem precisa dar segurança.

Eu, como alguns que partilham de minha opinião, acabamos por ficar com receio de ser tachados de frios, ou que não pensamos nas pessoas, porém, e digo no meu caso, que sou do grupo de risco, bem como tenho pais em situação mais delicada que a minha, afirmo que estamos vivendo um problema social, econômico e também de saúde, que não será sanado facilmente, especialmente com viés socialista pelo qual estamos enveredando. O que muitos esquecem é que dinheiro é fruto de processo produtivo.

Iniciamos o ano com projeções apontando para cima com indicadores que mostravam crescimento, e, de repente, fomos acometidos por uma pandemia e um desacordo entre os países produtores de petróleo que provocaram uma queda vertiginosa e um freio brusco na economia. Há quem diga estávamos numa bolha, pouco importa agora, pois o estrago que a soma desses fatores fez na economia mundial é colossal e ainda não se pode medir o tamanho das consequências, até porque as decisões estão sendo tomadas praticamente no modo automático.

Numa situação de pânico, as pessoas tendem a pedir para que o Estado as salvem, e é isso o que muitos realmente esperam através de um assistencialismo emergencial, mas sem fazer nada, ou seja, simplesmente cruzam os braços e nada produzem, ou então esperam por um “efeito Robin Hood”, pleiteando que se tire dos ricos para dar aos pobres. O Estado por sua vez, quer seja por incapacidade, aliciamento ou desconsideração, tende a entrar num ciclo de intervencionismos do qual não pode – ou não quer – voltar atrás, fazendo disso uma espiral negativa onde uma interferência que não surte o efeito desejado dá lugar a outra e assim sucessivamente. Só que o Governo não tem recursos infinitos e não produz nada, a única coisa que ele pode fazer é distribuir, e no atual cenário a arrecadação vai certamente cair. Lembrem-se de que somos uma economia emergente e quanto mais o Estado gastar, maior fica o tamanho do buraco. Será que já se esqueceram do debate sobre a reforma na previdência? A conta chega.

Seja a era do “comunavirus” ou “coronazismo”, fato é que estamos num nível de polarização em que fazer um debate razoável com bom senso, onde se prevaleça a razão sobre a emoção, é difícil. Mas o diálogo é fundamental e certamente o caminho mais saudável. •

Esse artigo também foi publicado no Jornal de Uberaba em Abril de 2020.

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