quarta-feira, 23 de março de 2016

AFINAL, VAI MESMO TER GOLPE?


“Não vai ter golpe!”. Foi essa a frase que mais ouvimos na última semana. Mais até que aquele “trá-trá-trá” daquela maldita metralhadora no último carnaval. Mas afinal de contas, o que leva a todos – governo e oposição – a dizer isso?




Posição Governista
Em discursos inflamados, seja em palanques em ruas abarrotadas ou nos salões do Planalto, os governistas bradam a frase a todo o tempo, alegando que a oposição tenta colocar em xeque a legitimidade de seu mandato com medidas questionáveis, atentando contra a democracia.
Posição Oposicionista
Concordando com o bordão, mas não com o argumento, os oposicionistas defendem que o impeachment seja um instrumento legal e legítimo, que se aplica aos governantes que cometam crimes de responsabilidade e que nesse processo, será investigado se a atual Presidente se beneficiou ou nada fez para conter a corrupção em seu mandato, sendo dado a ela o direito integral ao contraditório e à ampla defesa.
Isso chamou a atenção de boa parte da imprensa internacional, onde veículos de comunicação dos mais variados começam a noticiar – ou a especular – sobre o tal Golpe de Estado. Até mesmo Presidentes de alguns países já chegaram a dar declarações a respeito disso.
Por aqui, em entrevista, o Presidente do Senado deixou a entender que o atual processo de impeachment contra a Presidente, cheira a golpe. Entretanto, nos bastidores, o que se ouve dizer é que ele não tem a mesma posição, dizendo que para o governo, a situação “não tem mais jeito”. E não é apenas o mencionado político – que ocupa um cargo dos mais importantes – tem essa posição ambígua. Existe um enorme número de políticos que se mantém em cima do muro, para que no final das contas, não sejam aniquilados, seja qual for o lado vitorioso.
Nesse ínterim, muitos se misturam à surdina, se organizando, se associando e até mesmo estruturando um possível governo de transição, o que, do ponto de vista do governo, é uma traição, mas para a oposição, uma articulação legítima. Já para os que se mantém em cima do muro, uma necessidade prática.

E pra você, qual é sua posição?

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