terça-feira, 5 de abril de 2016

O JOGO DO IMPEDIMENTO




Atualmente, para alguns políticos, desde que eles se mantenham no poder, os meios pelos quais eles seguem, são de pouca importância. Segue-se a pergunta de um milhão de dólares: Onde está a moralidade, a probidade? Ao que me parece, ainda teremos muita confusão – literalmente – pela frente. Será que nosso futuro é ser outra Venezuela? Outra Cuba?
A maior discussão da atualidade está em torno do impeachment. Em minha humilde opinião, o problema está após a resolução desta, até então, balbúrdia. No entanto, falemos de impedimento, pois. Até porque, agora já estão falando no impeachment até do vice-presidente, o que, a meu ver, também não seria nenhum salvador da pátria e que – de novo, em minha modesta opinião – e é conivente com tudo, seja de bom ou não, o que o governo ofereceu ao povo, especialmente neste último mandato.
Farinha pouca, meu pirão primeiro!
Nesse ínterim, a prioridade agora não é o povo, que sofre com doenças e outros flagelos. De um lado, temos um Governo que quer se manter no poder a qualquer custo, enquanto que oportunistas aproveitam o ensejo para aparecer em comerciais pomposos, à medida que manifestantes apaixonados – cabe aqui a ressalva de remunerados ou não – se digladiam defendendo e atacando entre si via internet com frases criativas, citação de leis, jurisprudências e os mais variados termos técnicos.
E como se não bastasse tudo isso, temos um presidente da câmara que é réu no Supremo Tribunal Federal e um presidente do senado que está enfrentando sete inquéritos e tentando ao máximo ficar em cima do muro.
Estátua de Maquiavel em Florença.
É erroneamente de praxe enxergar as obras de Maquiavel como sendo nocivas e prejudiciais, especialmente sob a afirmação de que “os fins justificam os meios”, embora esta frase jamais tenha sido não encontrada em qualquer uma de suas obras, conforme diz o livro “Introdução ao pensamento político de Maquiavel”, de Lauro Escorel. Discrepância essa, que vem de longa data, onde magistrados que se opunham ao pensamento e à atitude do Diplomata e Historiador, acabaram por criar a partir do seu nome, significados para a “esperteza maliciosa”. Fico imaginando o que Nicolau Maquiavel, se estivesse vivo hoje, e se estivesse no Brasil, escreveria sobre nossa atual situação político-econômica.
Contudo, você deve estar achando que estou delirando ou então se perguntando: “O que raios a situação atual do Brasil tem a ver com Maquiavel?”. A resposta está em uma das obras do italiano, talvez a principal delas, chamada “O Príncipe”, onde ele defende, principalmente, que um bom Estado depende de um bom governante que possua boas virtudes, e que se não as tivesse, deveria ao menos manter as aparências, já que o Governo precisa de apoio de outros políticos e estar bem com a opinião pública.
É bem provável que muita gente lá no plenário tenha lido tal obra, mas não como ela deveria ser lida, mas sim de maneira superficial e deturpada, achando que qualquer coisa possa – ou deva – ser feita para conquistar seus governados.

Mas vou aproveitar para encerrar com uma frase dita pelo próprio Maquiavel: “Na política, os aliados atuais são os inimigos de amanhã”. Duvida? Pergunte ao maior partido político da atualidade.

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